quinta-feira, 26 de abril de 2012

PEQUENOS COMEÇOS




Há alguns meses, dois adolescentes resolveram usar um de seus intervalos da escola para ler a Bíblia e fazer orações. Estranhos estes meninos! Intervalo é hora de brincar, correr, paquerar, “bullyingar”, no mínimo, relaxar. Os amigos olhavam, os professores e funcionários da escola também, mas ninguém chegava a criticar ou “tirar o sarro” deles, afinal estavam com a Bíblia na mão.
Hoje são cerca de 36 amigos que se reúnem com eles nesta escola e outros 30 que se reúnem numa outra escola.

Sem saber disso, em outras reuniões, autoridades e educadores da cidade discutiam a necessidade de desenvolver um programa dentro das escolas para resgatar princípios importantes e que estão indo pelo ralo: amor próprio, amor ao próximo, respeito pelas autoridades e pessoas mais velhas, etc. O resultado prático foi a criação de um programa de 8 semanas de palestras, vídeos, dinâmicas e desafios semanais que incluí  alunos, professores e pais. O programa seria aplicado primeiro em uma sala de aula e depois, se eficiente, entendido para outras salas e escolas da cidade.

Nascia assim, destas duas iniciativas, o programa “Escola da Paz”. De um lado, fruto da espontaneidade e coragem de adolescentes que decidiram fazer a diferença. De outro, de adultos conscientes e interessados trabalhar por uma mudança da nossa sociedade.

Steven Covey, autor do livro “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, disse que “a diferença entre as pessoas que tem iniciativa e as que não tem é a diferença entre o dia e a noite”.
Estive pensando nesta frase e, para mim, a metáfora que diz respeito à diferença entre os que tem e os que não tem iniciativa, vai mais longe. Nos dias atuais a falta de iniciativa está condenando nossa sociedade às trevas, à noite sem fim.

Alguém disse que “reclamar do hoje é mais fácil do que ter iniciativa para mudar o amanhã” e, infelizmente, esta é a realidade. Não faltam reclamadores, acusadores, julgadores, críticos. De braços cruzados, eles não fazem nada de útil e alimentam a mesquinhez de suas conversas criticando e zombando daquilo que outros estão fazendo. Felizmente eles são uma minoria.

Esta semana ao ver fotos daqueles adolescentes reunidos no pátio das escolas e ao participar de um dos encontros da Escola da Paz, tive orgulho da minha cidade. Fiquei impressionado com a participação dos adolescentes em sala de aula e no intervalo. Fiquei agradecido por ver tantos adultos dispostos a ajudar. Este é um lugar privilegiado, cheio de potencial, cheio de talento e generosidade.

Está escrito em Zacarias 4.10 “Será que alguém ousa desprezar esse dia de pequenos começos?”.

Que estas pequenas iniciativas sejam o começo de grandes mudanças.

Milton Lucas é pastor da Vineyard Piratininga e presidente do Conselho Municipal Antidrogas