por Milton Lucas
A palavra Carnaval vem da expressão latina “carne levare”, que significa levar a carne embora.
A festa surgiu no século XI e antecede a Quaresma, período de quarenta dias onde, segundo a tradição católica, os fiéis são convocados para um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração - sem comer carne.
A terça-feira do Carnaval é a chamada de terça gorda (Mard Gras em francês), o dia de despedir-se da carne. A quarta-feira de cinzas simboliza um dia de reflexão sobre a necessidade de conversão e mudança de vida, bem como sobre a fragilidade da vida humana.
O Carnaval seria então uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período de conversão na quaresma. Daí a interpretação do evento como a festa da carnalidade, ou seja, a festa para satisfazer os desejos da carne.
Este ciclo de carnaval, terça-feira gorda, quarta-feira de cinzas, quaresma, semana santa e páscoa, revela muito da nossa natureza e da forma como vivemos a vida: a reflexão só vem depois da festa, a purificação só depois do sofrimento.
Na verdade, levar a vida desta forma ainda que nos transmita uma idéia de redenção, nos leva a ver a espiritiualidade como o último recurso, o fim da festa, ou aquela coisa chata depois da parte boa. Nada mais equivocado do que isso!
Está escrito em João 10:10 “ eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”. Esta é a proposta de Jesus para nós. Ele não está esperando a gente curtir a vida, para depois nos apresentarmos totalmente arrebentados para ele e assim ter um bom final de história. Ele quer que desfrutemos com ele uma vida inteira de alegria e festa verdadeiras.
Antes de festejar seu “carne levare”, reflita sobre isso! Quatro dias de festa é muito pouco!
Milton Lucas é pastor da Comunidade Vineyard de Piratininga
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