sábado, 5 de julho de 2008
Eu sou candidato. E você?
Outro dia fui abordado por um amigo:
- Qual é o seu partido?
- Como assim? Disse eu.
- Sim, você se filiou a qual partido político? Afinal, você vai ser candidato, não vai? Não é por isso que você está escrevendo os artigos no jornal? Foi o que ele me disse.
Aquela conversa me abriu os olhos para ver que estamos cercados de partidos e de candidaturas. Todos temos partidos e todos somos candidatos à alguma coisa e isso vai além do momento político que vivemos.
Percebi que temos muitos partidários da fofoca, cujo prazer e a relização é falar da vida dos outros, acusando, julgando e condenando todos ao redor. Temos o partido da inveja e da cobiça que sofre com o sucesso alheio e temos ainda o mais forte de todos que é o da descrença. Este último espera o pior de tudo e de todos, incapaz de ver beleza, alegria, futuro ou esperanca pra sí mesmo ou pra quem quer que seja.
Estamos também rodeados de candidatos. Candidatos à solidão e a tristeza de não ter e não querer amigos, mas apenas bajuladores que concordem com tudo que pensa, sem a coragem de lhes dizer a verdade. Candidatos à miséria de serem cheios de recursos, mas de nunca ter ajudado ninguém a não ser a sí próprio. Candidatos à pobreza de não acreditar em sí mesmo e nem em seu seu próprio potencial, deixando de lutar por seus sonhos e seus ideais, acomodando-se à uma mentalidade pequena e desprezível.
Encontramos também eternos candidatos à candidatos. Pessoas cujas pseudo- lutas e aspirações apenas afloram quando as eleições se aproximam.
Naquela rápida conversa percebi que por causa da minha maldosa tendência natural e também do ambiente que me cerca, posso me tornar tão ruim quanto aqueles que critico.
Porque tenho me deparado com meu orgulho, minha vaidade e meu egoísmo, eu sou candidato a ser uma pessoa melhor. Por isso me me ofereço todos os dias à Deus pedindo Sua ajuda para ser transformado e influenciado por Ele.
Porque também sou daqueles que esperam que tudo seja feito do meu jeito, na minha hora e especialmente para o meu próprio benefício - lutando contra isso, mas perdendo quase sempre - sou candidato à servo. Minha busca por Deus é uma busca por um coração mais humilde, mais amoroso e mais disposto à olhar para interesse dos outros, antes do meu.
Sou um canditato à felicidade. Enquanto enfrento as dificuldades do dia-a-dia e os medos e frustrações do meu próprio coração, encontro em Deus e na prática dos seus ensinos o segredo da alegria que vai além da solução dos meus problemas.
Sim, eu tenho um partido! Sou do partido dos que crêem. Creio na bondade, na generosidade, no serviço e no amor ao próximo. Creio na verdade, na pureza. Creio na justiça, na honestidade e na paz. Creio portanto em Deus, que criou todas as coisas, é o autor de tudo que é bom. Sei que é Ele é a fonte de todas as virtudes acima.
Escrever estes artigos é um pensar alto” enquanto busco respostas às minhas questões e lutas interiores, que percebo são as mesmas da maioria de nós.
Apesar de não ter filiação político-partidário, admiro e apoio aqueles que a têm e fazem disso uma forma de serviço genuíno às suas comunidades. Por entender que eu mesmo seria um péssimo político, busco pessoas assim para receberem meu voto e também o meu apoio.
Sou do partido dos que crêem. Nesta vida minha candidatura é a ser servo e a ser uma pessoa melhor. No Caminho tenho encontrado muita gente com a mesma ideologia e as mesmas pretensões. Estamos em campanha!
Está escrito: ‘quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos’ (Marcos 10:43-44). ‘Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo’ (Filipenses 2:3). “Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.” Tiago 1.25.
Milton Lucas é pastor da Comunidade Vineyard de Piratininga.
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