‘Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se, rosto em terra, em adoração e disse ... O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor’ Jó 1.20-21 Olhando com atenção os fatos e a reação de Jó, eu me me pergunto: será possível uma reação dessas? Não seria uma falta de inteligência agradecer a Deus por ter perdido seus filhos e a maior parte do seu patrimônio. Tudo isso por um capricho de Deus ao ceder ao desafio de Satanás (leia capítulo 1 completo para entender o contexto). O que acontece na verdade é que Deus estava afirmando Jó diante de Satanás. Era como se disse-se: olha ali alguém que foi capaz de fazer o que você não fez. A resposta de Satanás foi uma acusação: ele o adora em proveito próprio, veja quanta coisa ele recebe em troca! Junto com Jó, Deus mostra ao seu Adversário, que é possível sim escolhe-lo, amá-lo, adorá-lo, serví-lo. No fim dessa história Deus restaura Jó e lhe dá muito mais do que tinha antes, calando Satanás. Antes que os teólogos da prosperidade de plantão afirmem que conseguir multiplicar seu patrimônio e a razão da nossa adoração é importante notar que esta história não é a respeito de bens, posses ou conquistas e re-conquistas. Ela é a respeito de fidelidade, confiança, fé. Nossa adoração faz parte de um conflito maior, de um conflito cósmico, do embate entre dois reinos. ‘Deêm graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus’ 1 Tessalonicenses 5.19 Ao nos orientar a sermos agradecidos em tudo, Paulo parece entender que quando vemos nossa existência a partir deste contexto maior, podemos simplesmente ser agradecidos por tudo. Entender que podemos fazer isso porque estamos em Cristo. Sabemos o final da história e seu contexto. Lembrar que teremos muitas batalhas, mas a guerra já está vencida. ‘E eles venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram’ Apocalipse 11.11 É como se Jó e Paulo tivessem a mesma visão de João, e antecipassem o fim do livro. O sangue do Cordeiro nos dá a vitória! A palavra do nosso testemunho também! Nossa reação faz parte de um conflito maior. Estamos do lado vencedor! Com nossas palavras e com a nossa vida, celebramos a vitória do Cordeiro ontem, hoje e eternamente! Nossa adoração e nossa gratidão não são burras. Não somos patetas que se conformam com qualquer coisa e anestesiam seu sofrimento cantando musiquinhas para Deus ou fazendo orações conformistas a respeito de nossos pseudo-fracassos no caminho. Nossa adoração e nossa gratidão estão conectadas com a Grande História. Por isso ela é coerente, lógica e inteligente.
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