segunda-feira, 16 de junho de 2008
Sinais vitais: testando a obediência
por Milton Lucas
Assim como pulso, pressão arterial, temperatura e respiração são indicadores da saúde física geral de uma pessoa, existem sinais vitais que indicam a saúde espiritual de um cristão: amor, obediência, serviço e testemunho, por exemplo testemunho.
Já falamos sobre o amor como indicativo de espiritualidade, sendo que ele deve se dirigir a Deus, ao próximo e a sí mesmo, para que seja saudável. Nosso tema agora é obediência.
Na semana passada os resultados de meu check-up físico chegaram e apontaram colesterol alto. Tanto um médico amigo e irmão, quanto o cardiologista que pediu os exames me indicaram uma dieta balanceada e exercícios físicos para alterar o quadro. Interessante que ambos disseram que o que tenho que fazer é tudo aquilo que eu já sei que tenho que fazer. Este é o nosso maior problema, já sabemos o que fazer, mas não fazemos.
Jesus nos ensina em João 14.21 que aquele que o ama de verdade é o que tem os seus mandamentos e lhes obedece. Oswaldo Chamber escreveu que ‘A melhor medida de uma vida espiritual não é seu êxtase, mas sua obediência’. Espiritualidade genuína é mais do que culto ou cerimônias religiosas, é vida e vida de obediência à verdade que já temos.
No entanto quando falamos em obediência surge um certo temor. Obedecer? Obedecer à quem? Obedecer o que? Talvez porque a imagem que temos de vida cristã foi distorcida pelo legalismo e pela religiosidade. Aprendemos que ser um crente é fazer certas coisas e deixar de fazer outras.
‘Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos ceús’ foram as palavras de Jesus em Mateus 5.20. Estas palavras fazem parte do Sermão do Monte onde o Mestre nos ajuda a entender o tipo de obediência que ele espera de nós.
Os fariseus eram especialistas em criar regras e regulamentos. Eles prescreveram 248 proibições, 265 mandamentos e 1000 coisas que não se podia fazer no dia de descanso, por exemplo. No Sermão do Monte Jesus desafia esta obediência fria à mandamentos com a real condição do coração daqueles homens. Utilizando temas como homicídio, adultério, divórcio, juramentos, vingança e amor ele mostra que podemos obedecer as regras e mesmo assim continuar como a maldade do nosso coração intocada. A justiça do Reino muda a nossa natureza e não simplesmente nossa realidade exterior.
Jesus é duro com os religiosos no capítulo 23 de Mateus: ‘Hipócritas … guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo’. ‘Hipócritas … vocês limpam o exterior do copo … por dentros eles estão cheio de ganância e cobiça’. Hipócritas … sepulcros caiados; bonitos por forra, mas por dentro … hipocrisia e maldade’.
‘Não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça’ é o que aprendemos com Paulo em Romanos 6. Não somos cumpridores de lei, somos novas criaturas!
Morremos para o pecado, temos em nós uma vida nova. Morremos com Cristo para agora com ele viver. Estamos mortos para o pecado e vivos para Deus.
Nossa obediência flui de uma nova natureza que recebemos de Deus! Não podemos praticá-la de outra forma! Não é a obediência que nos transforma! Obedecemos porque fomos transformados!
Se obediência é um sinal de vitalidade espiritual. Que tal fazermos um check-up? Você vive para Deus ou para o pecado? Seu corpo é instrumento de impureza ou de santidade? Quem é o seu senhor? O fruto da sua vida tem sido vida ou morte?
‘O custo da obediência não é nada comparado ao custo da desobediência’ é que diz Richard Baxter. Obediência pode nos custar amizades, sacrifícios e até sofrimento. Desobediência custará a nossa própria vida eternal!
C. S. Lewis afirmou ‘Obediência é a estrada para a liberdade’. Em Deus encontramos verdadeira liberdade de toda escravidão do pecado, dos vícios e da maldade que nos controla e nos leva a uma vida de acusação e medo.
‘Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, e persevera na prática dessa lei … sera feliz naquilo que fizer’ Tiago 1.2. O fruto da obediência é felicidade!
Será que eu vou obedecer as orientações do meu médico? Provavelmente terei dificuldades, por que os maus hábitos estão instalados e ativos em mim. Será uma luta contra minha natureza. Mesmo aqui preciso da ajuda de Deus, uma vez que domínio próprio é fruto do Espírito.
Será que eu vou obedecer Jesus nas verdades que ele já me mostrou? Se tentar com minhas próprias forças vou falhar. Não é assim que a vida cristã se manifesta. É minha conversão à Jesus e a atuação da nova vida que recebo dele que pode me mudar e me transformar no tipo de pessoa que Jesus espera que eu seja.
Vale a pena relembrar: não é a obediência que nos transforma! Obedecemos porque fomos transformados!
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