segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Política, futebol e religião


Por Milton Lucas

Todos conhecemos o ditado ‘política, futebol e religião não se discute’. Espere um pouco, sobre o que vamos falar então?

Estamos às vésperas de mais uma eleição, candidatos batendo à nossa porta, panfletos por todo lado. Como deixar de lado o assunto do momento? Também é impossível ficar calado sobre futebol! Além dos campeonatos nacionais, temos as seleções brasileiras masculina e feminina disputando medalhas olímpicas em Pequim. E sobre religião então, como deixar Deus de fora da nossa conversa? Pelo amor de Deus!

Na verdade estes são os assuntos que mais falamos no dia a dia. Por que a maioria de nós tem opiniões muito fortes a respeito de cada um destes assuntos, evitá-los é uma tentativa de evitar polêmicas e discussões sem fim.

O problema é que falar de política pra nós é falar do meu candidato e do partido da minha preferência. Falar de futebol é falar do time do meu coração. Falar de religião é defender a minha igreja, em detrimento da do outro. É sempre assim: eles contra nós. Seja na política, no futebol ou na religião.

Neste momento de eleições, ainda que tenhamos uma importante decisão a tomar sobre quais serão nossos representantes no Poder Executivo e Legislativo, que tal se nosso foco mudasse um pouco? E se nossa conversa fosse sobre propostas, planos e sobre as reais necessidades da nossa cidade? Se conversássemos mais sobre integridade, honestidade, experiência, princípios e valores, temas tão importantes no currículo de um politico? Que tal se ao invés de decidirmos baseados no partido ou na popularidade, debatessemos mais sobre a real capacidade daqueles que nos cercam com sua propaganda?

Acho que é pedir de mais, mas que tal, deixarmos um pouquinho de lado a paixão pelo nosso time para desfrutarmos mais da beleza e da arte de uma boa partida de futebol? Que tal lembrar que a maioria dos jogadores que beijam a camisa do seu time hoje vão beijar o brasão do adversário no próximo campeonato, porque lá vão receber um salário maior? Que tal se brigássemos menos pelo nosso time? Vamos falar mais sobre bons jogos, jogadores habilidosos e gols bonitos, sejam de que forem. Que tal fazer do futebol um começo de conversa para depois falarmos sobre os importantes assuntos do coração?

Por último, mas não menos importante, que tal deixarmos de discutir religião e falamos mais sobre Deus. Vamos deixar de lado nossas tradições, crendices e carolices para falarmos mais sobre verdade, amor, perdão, esperança, vida e alegria. Que tal se ao invés de promovermos nossa igreja, promovêssemos o nome do Senhor da Igreja: Jesus Cristo? Que tal se em nossas conversas deixássemos de tentar convencer aqueles que frequentam outros templos a frequentar o nosso? Ao invés disso, que tal conversarmos sobre como alcançar aqueles que não tem igreja nenhuma?

É possível agir assim sem deixar de ter opiniões muito claras à respeito de cada um destes assuntos. Eu por exemplo tenho um time de coração, sou convicto à respeito da minha fé e já sei exatamente que tipo de candidatos vão receber meu voto nas eleições.

Se não pudéssemos falar sobre política, futebol e religião iríamos falar sobre o que?

Está escrito em Tiago 3:14-16 “Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração … não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica … aí há confusão e toda obra má.” e em Provérbios 18,20 “É do fruto de sua boca que um homem se nutre; com o produto de seus lábios ele se farta”.

Milton Lucas Junior é pastor da Comunidade Vineyard de Piratininga. Esta e outras reflexões estão publicadas no blog vineyardpira.blogspot.com

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