terça-feira, 21 de outubro de 2008

Epitáfio


por Milton Lucas

Epitáfio é aquela frase que se escreve na lápide dos túmulos. Algo que lembra ou promove a memória daquele que partiu. Talvez a palavra lhe soe familiar por causa da música de Sérgio Britto, dos Titãs:

“Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração ...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos, ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier”

Como é que eu gostaria de ser lembrado? O que minha família dirá a meu respeito? O que meus amigos terão a dizer? Quem serão as pessoas que estarão no meu velório? Estas perguntas parecem exageradas e desesperadas, mas são extremamente importantes de serem feitas, para que a letra acima não se aplique em nossa vida.

Há duas semanas fiz o cerimonial fúnebre de um amigo que faleceu precocemente. Esta é uma das tarefas mais difíceis da atividade pastoral. Ao mesmo tempo é uma das mais cheias de significado.

Nos velórios nos depararmos com a dor e a perplexidade da família – afinal, parece que nunca estamos preparados para um evento como esse. No rosto dos amigos, conhecidos e mesmo nos curiosos, encontramos um ar de interrogação e também de preocupação. É como se todos ali estivessem encontrando seu próprio destino e já estivessem sofrendo um pouco com ele.

Por outro lado, encontramos também nestes momentos o real impacto da vida de alguém. É ali que encontramos e verdadeira herança e legado da vida: relacionamentos. Foi isso que encontrei no velório do meu amigo: muitas pessoas que ao longo da vida foram afetas por sua generosidade, seu bom-humor e seu espírito empreendedor.

Eu me lembro das palavras que ele havia me dito em nossa última conversa: meu lugar é junto de minha esposa, dos meus filhos, das pessoas que amo. Meu lugar é perto de Deus, meu lugar é no time dele, fazendo as coisas que Ele sempre quis que eu fizesse. Foi isso que pautou seus últimos dias e foi isso que lhe trouxe alegria, paz e esperança. Ele encontrou a Verdade. É assim que ele vai ser lembrado.

No epitáfio do túmulo do meu pai está escrito “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” 2 Timóteo 4:7. Esta é a recordação que tenho dele. É assim que eu também gostaria de ser lembrado: alguém cuja fé em Deus definiu as batalhas que valiam a pena ser batalhadas e quais os rumos que deveria seguir.

Que ao pensar sobre nosso epitáfio, encontremos uma declaração de como devemos viver a vida e não um conclusão sobre o que deveríamos ter feito e não fizemos.

Milton Lucas combate sua carreira como pastor da Comunidade Vineyard de Piratininga.

Um comentário:

Davi Oliveira disse...

Sois um Mancebo da melhor Qualidade!

Manero o posto!

abraços