Tem gente que se não tomar a Ceia sente que o mês não será bom.
Tem gente que se tomar a Ceia num dia em que “não esteja bem”, segundo sua interpretação moral e de justiça própria, poderá morrer... E morre.
Porém, de outro lado, tem gente desejando incluir a Ceia do Senhor no “pacote” de coisas que passaram...
No Rio, quem começou isso foi o “apóstolo” Miguel Ângelo, e já faz tempo... Na verdade, anos.
Eu tomarei e distribuirei a Ceia do Senhor “até que Ele venha”, fazendo “sempre” em “memória” Dele.
E mais: farei sempre como Paulo disse que deveria ser (I e II Coríntios), tanto no significado (I Coríntios 11), quanto no modo (II Coríntios 8-9).
A Ceia é um dos únicos ritos do Novo Testamento, e foi afirmada por Jesus: “todas as vezes... fazei em memória de mim...”.
Paulo manda que assim seja até à volta do Senhor.
Que dúvida ainda pode existir quanto a tomar e ministrar a Ceia ou não nos dias de hoje?
Ora, quem nunca conheceu a Graça, quando dela ouve falar, corre o risco de, não tendo ciência na Palavra e no Espírito, ir para o pólo oposto.
Já o Miguel — não o Arcanjo, mas o “apóstolo” — me disse no início da década de 90, em minha sala, que fazia esses exageros (dizer que não precisava mais haver nem batismo e nem a Ceia) “pra chamar atenção. Coisa de marketing, entende?”, indagou ele de mim.
Eu disse a ele que não entendia, e que fazer marketing com o mandamento é abominação.
Além disso, a Ceia não apenas deve ser tomada e ministrada, mas também pode ser ministrada por qualquer um. E isso é puro e santo.
Essa história de que só “pastor ordenado pela igreja” é que pode ministrar a ceia ainda é um remanescente sacerdotal oficial que a Reforma Protestante não aboliu; ao contrário, fortaleceu.
Reforma... e Ceia.
Discutiram tanto sobre a questão da transubstanciação que não trataram de outra grande perversão: a sacerdotalização da ministração dos chamados “sacramentos”.
Afirmar e impor que somente os “ordenados” pela “igreja” é que podem ministrar o batismo e a Ceia é pecado contra o mandamento da não acepção de pessoas. É o eco de antigos paganismos. É ainda a linhagem do bruxo oficial ou do sacerdote legal prevalecendo entre aqueles que deveriam saber que somos todos um reino de sacerdotes.
A Ceia deve ser tomada e ministrada por qualquer discípulo ou grupo de discípulos, e sempre que a vontade de adoração e gratidão o determinarem.
A Ceia não se gasta. Não tem falta de estoque. Não precisa ser nem economizada e nem exagerada.
Deve ser Eucaristia, ou seja, ação de graças!
A Ceia também não é o rito que sucede o batismo. Ela é, isto sim, o rito de quem crê. Assim, a ordem dos eventos não importa quando a fé já encheu o coração.
Quem determinou a seqüência — primeiro o batismo e depois a Ceia — foi a religião, e isso como mecanismo de controle do povo pela via da gestão autorizada dos sacramentos.
Tudo coisa da Máfia da Crença. Sim! Coisa dos Traficantes de Ópio do Povo!
O papel espiritual e psicológico da Ceia é o de elevar a gratidão por Deus em Cristo.
A Ceia não é a Arca da Aliança, na qual somente os “santificados pelo sacerdócio” poderiam tocar sem morrer — conforme acontece na forma de crença mesmo entre os Reformados.
A Ceia do Senhor é o signo presente da Ceia daquele senhor das parábolas de Jesus. Primeiro foram convidados os que se diziam amigos. Mas como eles não vieram, mesmo sendo “judeus”, então o convite se estendeu a nós, os mancos, coxos, cegos, maltrapilhos, mendigos, doentes, aflitos, perdidos na noite e nos becos do medo e da solidão.
Hoje, como os “cristãos” viraram “judeus” na arrogância da religião, então aquele senhor está mandando chamar outro povo, que a “ele” atenderá com alegria e gratidão e virá feliz para a sua Ceia.
A vestimenta para a Ceia do Senhor — que é a vida e não apenas o rito — é aquela que Ele mesmo concede e manda que nos seja disponibilizada para que a vistamos.
É a única veste que nos veste para a Ceia!
A justiça própria, a moral, o virtuosismo das aparências, a integridade, a seriedade, as formalidades, as reverências externas, e todos os gestos sagrados não nos habilitam para fazermos parte, vestidos ou nus, da Ceia do Senhor.
Tomar e comer a Ceia em pecado é tomar e comer com arrogância de justiça própria, com superioridade, com a certeza de ser adequado para aquela hora e papel. Ou seja, com vestes próprias.
Ninguém que tome e coma, tendo um coração quebrantado, grato, arrependido, consciente da Graça e a ela ligado em fé no amor de Deus, jamais tomará a Ceia em pecado. Pois quando o coração está assim, o sangue de Jesus, o Filho de Deus, que é o Cordeiro Eterno, nos purifica Hoje de todo pecado; Sempre!
Ele Tira o pecado do mundo. É sempre ato contínuo...
Tomar a Ceia em pecado é tomá-la sem consciência de gratidão quando já se tem a informação e já se disse que nela se crê.
Bêbados da rua não pecam quando tomam do pão e do vinho. Mas sacerdotes distraídos, indiferentes, hipócritas, mecânicos, ritualistas e ingratos, esses pecam sempre que realizam a Ceia “para os outros” fazendo-o como se fossem autômatos de Deus.
A Ceia também deve suscitar em nós espírito de acolhimento fraterno, deve nos fazer exercitar a generosidade, deve nos estimular a compartilhar com o próximo o nosso pão e o nosso vinho. Pois na igreja do Caminho, todos traziam de casa e a mesa era comum. Quem tinha mais, mais trazia. Quem tinha menos, menos trazia. E quem não tinha nada, trazia a si mesmo, e os demais o serviam em amor. Assim era. Assim deveria ser. Assim pode ser no espírito e no entendimento.
Teria muito a falar. Mas este é um texto em um site, e não um livro.
Entretanto, pense e pratique, pois sei que o que está acima é Evangelho de Jesus.
NEle, que se deu como pão e vinho, em carne e sangue, e que pela Palavra nos serve de Seu Pão e de Seu Vinho,
Caio Fábio
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