segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

No futebol, como na vida


Por Milton Lucas

No último campeonato amador de Piratininga vimos o time campeão comemorar sua conquista de joelhos, mãos dadas e fazendo orações – ou seriam rezas? Nos jornais e na TV, recentemente, vimos Kaká, levantando o troféu de melhor jogador do mundo, depois de agradecer a Deus pela conquista.

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Será que Deus importa-se com gols, times ou partidas de futebol? E se os dois times pedirem a ajuda de Deus, quem é que ele vai ouvir?

No futebol, como na vida, nada se consegue sem esforço.

Acompanho o trabalho da escolinha de futebol que conquistou o título amador da cidade e posso dizer pra vocês, esses caras não ficam só orando – ou rezando. Me lembro de chegar lá pra levar meu filho num dos treinos e ver um garoto correndo o tempo todo ao redor do campo, enquanto os outros jogavam. Perguntei o que estava acontecendo e o técnico me disse que ele havia chegado atrasado e essa era a punição: não jogar.

Na vida, como no futebol, precisamos de disciplina e dedicação.

A carreira de Kaká foi muito bem planejada. Desde garoto ele sabia exatamente o que queria da vida e colocou toda sua energia para buscar este objetivo. Tudo aquilo que ele tem alcançado é fruto das sementes que ele plantou. Os gols, os títulos, a fortuna e toda a fama são consequência de uma carreira bem administrada e de muito, muito suor e trabalho.

No futebol, como na vida, a batalha acontece dentro e fora de campo.

Sejam nas conquistas de Kaká ou sejam nas vitórias num campeonato local, existe sempre muita coisa que acontece fora do campo. Além de jogadores, comerciantes, funcionários públicos ou construtores, somos pessoas, somos humanos, temos sentimentos, sonhos, família, uma vida à ser vivida. Aquilo que acontece aqui fora faz muita diferença quando estamos lá dentro, com a bola no pé ou com o problema na mão.

No futebol, como na vida, teremos vitórias e também teremos derrotas

Nossa vida inclui também sofrimentos, perdas, dor. São as dificuldades da vida que nos fazem crescer, nos tornar pessoas melhores. Ninguém gosta de perder, nem de sofrer. Mas sem os problemas nós nunca amadurecemos.

No vida, como no futebol, precisamos colocar em ordem nosso mundo interior.

É aqui que entra a fé do Kaká e a oração – ou será reza? – dos nossos atletas amadores. O esforço, a disciplina, a dedicação e o suor são fundamentais, mas não são suficientes. Na hora das batalhas e das derrotas, precisamos ser fortes. Um prédio pode ser tão alto quanto a qualidade de seu alicerce. Na vida privada encontra-se o sucesso da nossa vida pública.

Não acredito que usar uma camisa ‘I belong to Jesus’ (Eu pertenço a Jesus) ou uma reza – ou oração – possa vencer um jogo de futebol. É preciso treinar, disciplinar-se, suar a camisa, jogar em equipe, submeter-se ao técnico, enfrentar as críticas e os desafios.

Não acredito que professar uma religião ou fazer uma oração – ou reza – possa garatir sucesso nos negócios, na família ou na vida. É preciso esforço, determinação, coragem, honestidade, verdade e uma série de outras virtudes.

Eu acredito sim, que Deus abençoa os nosso empenho e a nossa luta. Creio que em alguns momentos vamos ter conquistas, em outros derrotas. Vamos ter festa e também ter luto na vida. Vamos experimentar coisas boas e coisas difíceis na vida. Mas, em todas as circunstâncias, nunca estaremos sozinhos, Ele estará conosco.

No futebol, como na vida, se fizermos a nossa parte, Deus vai fazer a dele.

‘Se Deus é por nós quem será contra nós?’ Romanos 8.31

Milton Lucas é pastor da Comunidade Vineyard de Piratininga.

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