quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Uma lição para nossos adolescentes



Crítica do filme 'Meu nome não é Johnny'

Nos últimos tempos, a cinematografia brasileira tem voltado seus olhos para um dos problemas mais graves do país: o tráfico de drogas e a enxurrada de violência e corrupção que advém dele. ”Cidade de Deus” e ”Tropa de Elite” deixaram sua marca como as principais produções do gênero. Agora é a vez de “Meu nome não é Johnny”, que retrata a trajetória de um jovem de classe média carioca desde a época da inocência, passando por sua coroação como rei do tráfico do Rio de Janeiro até, por fim, a sua queda.

João Guilherme Estrella (Selton Mello) é um jovem inteligente e simpático, amado pelos pais e popular entre os amigos. Abusando do espírito aventureiro e boêmio, torna-se traficante de drogas. Mas, investigado pela polícia, é preso e seu nome chega às capas dos jornais.

Como grande parte dos filmes nacionais, este pode incomodar o cristão pelo excesso de palavreado pesado e cenas desnecessárias de intimidade sexual. Por outro lado, é uma obra essencial para pais preocupados em manter seus filhos longe das drogas. Baseado na história real do verdadeiro Estrella, o longa-metragem revela como um garotão como tantos outros vai, aos poucos, se envolvendo no universo da venda de drogas, da bandidagem e do lucro fácil. A trajetória de Estrella serve de alerta e de lição para quem deseja evitar que seus filhos caiam nesse buraco negro.

Que ninguém ache, no entanto, que “Meu nome não é Johnny” procura ensinar lições morais. Nada disso. É mais uma dissertação do que uma argumentação. Mas como para o bom entendedor um filme razoável basta, a história acaba mostrando que não há razões boas o suficiente para um jovem de família abastada passar de usuário de drogas a traficante. Uma passagem, é bom que se diga, injustificável. Mas também é uma passagem da alienação à consciência. E o público acaba testemunhando essa transição junto com o protagonista - o que é ótimo para nossos adolescentes.

O longa-metragem traz no elenco o sempre ótimo Selton Mello, no papel do protagonista. Ao lado de Cleo Pires, ele encabeça um time competente de atores. Sob a direção de Mauro Lima, o filme herda a estética das origens do cineasta: os videoclipes. A trama ganha um ritmo acelerado, embalado por músicas ágeis e presentes em excesso.

Para crianças, “Meu nome não é Johnny” não é uma boa opção, devido ao realismo e à sexualização supérflua de certas cenas. Mas para os aolescentes que começam a entrar naquela fase complicada da vida em que os amigos (nem sempre cristãos) tornam-se a maior inluência e em que as ofertas (sexuais, das substâncias químicas e outras novidades) estão à disposição em cada esquina, é quase um programa obrigatório. A sugestão é: assista com seus filhos, sobrinhos ou com os adolescentes da sua igreja, desde que depois sente-se com eles e faça-os refletir sobre o que viram. Certamente a conclusão a que chegarão é que o vício e o crime não compensam.

Fonte: CINEGOSPEL

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